Era uma vez um moleque gordo que cresceu dentro de um Opala e ficou marcado por isso pelo resto da vida...

quarta-feira, 3 de março de 2010

O Palio

Segundo post do dia, pra agradecer ao Adauto, do Opala Adventure, pelo prestígio de acompanhar essas mal digitadas linhas e mais, me mencionar no blog dele. E, claro, pra contar a bendita história do Palio que ficou comigo por exatamente 20 dias.

Já vinha de um bom tempo a minha necessidade de ter um carro. A patroa trabalha até tarde, as mães dos dois estão mal de saúde, eu corro pra cima e pra baixo o dia todo; e, claro, a gente tem direito a um passeiozinho de vez em quando, né... Além do mais, desde moleque eu sou louco por coisas com motor e quatro rodas.

Já tive um Fiat Tipo, tentativa mal-sucedida que me rendeu problema do início ao fim e ainda me deixa preocupado - o carro tá financiado, na mão de terceiro mas no meu nome, e eu tenho que ficar acompanhando semanalmente se não pinta uma multa nova no meu prontuário até o novo dono terminar de pagar e passar pro nome dele, faltam uns 4 meses.

Final do ano passado, a gente queria porque queria passar o Natal em Araruama, levando a minha sogra e dois cunhados. Solução? Carro. Vai pra lá, vem pra cá, uma tia minha ajudou a financiar um Paliozinho EX 1.0 4 portas, com GNV, ar condicionado, e vidros e travas elétricas. Saí da loja com o carro no dia 11 de dezembro. Foi o encanto da patroa, paixão à primeira vista. Saiu caro, mas parecia atender ao que a gente precisava.

Só parecia. Já nos primeiros dias eu comecei a perceber uma tonelada de maquiagem no carro: falhas no motor, GNV desregulado, vários problemas elétricos e de acabamento etc. No segundo dia ele já me larga a pé em plena Lagoa Rodrigo de Freitas. Com exatamente uma semana, voltei à agência pedindo os reparos necessários, e depois de 5 dias vieram em três versões: ou simplesmente não foram feitos, ou foram mal-feitos, ou chegaram mesmo a piorar o estado do carro. Pra exemplificar, o vidro do carona subia mal, agora parou de vez; o espelho do carona tava emperrado, eles entupiram de WD-40, que escorreu na porta toda - e eles disseram que era procedimento padrão!!

Peguei o carro e, dando uma de joão-sem-braço, levei a uma concessionária da FIAT, com o seguinte caô:

- Vem cá, eu tô querendo comprar esse carro mas tô sentindo umas coisas estranhas nele, será que vocês poderiam levantar o que ele tem de problemas pra mim?

Resultado: o computador da injeção não respondia ao acesso do terminal da FIAT, o motor já tinha sido mexido, os barulhos que eu ouvia eram no cabeçote - provavelmente teria que fazer em pouco tempo. Conselho do pessoal da concessionária: "Ó, não compra esse carro não, porque vai ser só dor de cabeça". Pena que eu já tinha comprado...

Viajamos no Natal. O carro até que não parou na estrada, mas deu uns sustos: o mostrador do combustível morreu, a lateral direita ficou toda borrada de WD-40 (foi quando eu descobri a tramóia) e outras coisinhas assim. Sem contar, óbvio, o sofrimento que foi pegar a estrada de carro 1.0 cheio, rodando com GNV. No fim, aconselhado por uma amiga que conhecia a agência, decidi cancelar tudo.

Aí caiu a última gota: dia 30 de dezembro, eu estava na Linha Vermelha sentido centro, um pouco antes do Fundão - a caminho da agência, na Ilha, indo entregar o carro e cancelar o negócio. 80, 85 por hora, pista moderadamente cheia, pé imóvel no acelerador. De repente, sem explicação, o carro engasopa... E MORRE!!!

Frações de segundo, alerta ligado, desespero total. Um brilho forte no retrovisor me chama a atenção: um ônibus da Evanil piscando atrás de mim e crescendo rápido pra me estampar a traseira. Embreagem, terceira, aproveito o embalo que resta no carro e solto a embreagem pro carro dar um tranco feio e sair do aperto por um triz. Sério, vi o filminho da minha vida passar na minha frente. Se o ônibus me acertasse naquela velocidade, eu no mínimo ia rodar na pista e colher mais uma meia dúzia no caminho.

Já viu o estado de espírito em que eu estava quando cheguei à agência, né? Larguei o carro lá conseguindo não pular no pescoço de ninguém e vim embora, cheio de peso na mão e sem poder tirar da cabeça o que poderia ter acontecido se aquele tranco não vingasse e o Evanil me acertasse por trás.

Hoje, estou acionando a agência na justiça - eles estão tentando descontar os cheques emitidos pra pagar a transferência do carro e, pra piorar, o contrato nunca chegou a ser efetivado com a financeira. Vamos ver no que dá.

E é por isso que, a caminho do hospital no outro dia, Dona Jo me sai com essa: "Pô, Eduardo, o Palio não andava assim, não!!".

Só pra fechar com chave de ouro: lembram que eu falei da paixão da Jo pelo Palio? Pois é. Depois de ver como o Opala anda, ela nunca mais sequer mencionou o pobrezinho do 1.0...

Beijo pra minha Jo, e abraços ao Adauto!

2 comentários:

  1. meu camarada...tenho um problema parecidissimo com um Corsinha que comprei em uma agencia na Ilha....Por favor não me diga que se trata da merda AutoMais? se for nem me preocuparei e entrarei na justiça contra eles tb...
    abraços e boa sorte..
    a proposito o Corsinha me deu tanta aporrinhação que meus amigos o apelidaram de "Uruca"....
    a proposito meu nome é Fabio..esposo da dona da cnta do Google

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  2. Olá, Fábio!

    Não, infelizmente não foi na AutoMais, e sim na Cartoon - se fosse a mesma, poderíamos até pensar numa ação conjunta...

    E o pior é que foi uma agência recomendada por uma tia minha, que compra carro com eles há anos, e por uma advogada que vive recomendando cliente pra eles... além de aguentar a minha ação, vão perder muito mais em prestígio e futuros clientes que não vão mais ser indicados pra lá.

    É por essas e outras, meu caro, que quando o assunto é carro meu lema é "a galinha velha é que dá bom caldo!" Compra um Opala e a sua vida vai ser mais feliz, kkkkk

    Abraços, e boa sorte!!

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