Era uma vez um moleque gordo que cresceu dentro de um Opala e ficou marcado por isso pelo resto da vida...

domingo, 20 de junho de 2010

Você se lembra dessa revista?



Pois é, o passado bate à sua porta... Dando início ao que eu tinha prometido, vou começar a digitalizar material de revistas antigas minhas e postar aqui. A maioria dos exemplares são da revista MOTOR3, entre 1981 e 1982. A MOTOR3 era uma ótima revista, com muito material interessante, e não tratava só de carros - motos, barcos e até aviões e alguns caminhões figuram nas páginas. Muitas matérias de gente boa no assunto, comentários interessantes, análises de design de novos modelos e temas polêmicos como a combinação álcool e volante. Nessa edição mesmo que eu comecei a escanear hoje consta uma matéria com o título "Você bebe quando vai dirigir? Então você poderá ser um assassino". Vai falar na grande novidade da Lei Seca...

A iniciativa é uma maneira de preservar o material - já que as resistas físicas estão inexoravelmente se deteriorando - e de enriquecer o blog. Não devo publicar as revistas inteiras aqui, até porque tem muita matéria teórica nessas Motor3 que eu tenho, mas devo digitalizar tudo e fazer upload pra algum armazenamento virtual da vida, pra disponibilizar o conteúdo completo pra quem quiser.

Ainda nessa edição, devo colocar a matéria sobre o Gurgel XEF, urbaninho muito interessante mas que (acho eu) nunca chegou a ser produzido em série; uma boa safra de Opalas (sim, eles... por que é que vocês acham que comecei com essa revista??) fazendo bonito nas mil milhas; o lançamento do Furglaine no Brasil; e o Koizystraña, um fora-de-série feito a partir de um Ford Landau que povoou meus sonhos de infância. Além do Scirocco da capa, óbvio. Se no meio do caminho eu achar mais alguma coisa interessante, posto também.

Por enquanto, fiquem com essas duas propagandas das 2a e 3a capas, uma do Fiat 147 e outra (que sempre achei maravilhosa) do Diplomata 1982.

Abraços!



segunda-feira, 14 de junho de 2010

Pneus Remold, o eterno dilema

Meus caros, segundo post do dia, pra linkar vocês pro Projeto 676, do nosso amigo Adauto, de Sampa, com seu Poseidon. Lá, ele levanta a lebre dos pneus remold, com os dois lados da história: uma reportagem dentro da BS Colway - a maior fábrica de remolds do mundo - e um vídeo de um consumidor, que teve um remold literalmente estourado no meio de uma viagem. Detalhe que o bendito do pneu tinha 190 km rodados. Isso mesmo 190 meros quilômetros, e não 1.900 ou 19.000. Vejam os vídeos e tirem suas próprias conclusões.

Link: http://www.projeto676.com.br/20100613/empneuzando/

Êeee-hehehehe

Taí o que vocês queriam... (E eu mais do que vocês, com certeza)


Pois é, semana passada foi semana de pegar teoria de mexer com fibra. A princípio fiquei um pouco decepcionado por ter descoberto que o curso seria mais teórico que prático, mas na verdade isso foi essencial. A prática eu até já tenho alguma, devido à Ortopedia, mas os princípios e truques que aprendi no curso serão inestimáveis em um futuro bem próximo. E além disso, durante essa semana eu ainda vou ter oportunidade de voltar lá e mexer na oficina com ele.

Bem, agora é meter a mão na massa: bater preço de material, comprar o que for necessário e tentar reproduzir as primeiras peças pequenas - tenho uma lanterna traseira sobressalente do Ogro que vai servir bem como primeira cobaia. Assim que os primeiros resultados surgirem, vou postando aqui pra posteridade...

O plano é o seguinte: já disse que preciso colocar o Ogro pra andar. Isso significa que powertrain, suspensão e estrutura precisam vir em primeiro lugar. Até sexta-feira devo fazer uma visitinha à Paumart pra ver um monte de coisa e rezar pra que eles dividam sem juros no cartão.

Donde se conclui que eu não vou poder gastar um barão com um pára-lama dianteiro, nem nada assim... Portanto, ficarei em um meio termo entre os puristas e os despojados: por enquanto, vou colocando fibra onde for necessário pra melhorar a situação externa do Ogro - é mais barato e dá pra fazer aos poucos, além da diversão da coisa. Quando a grana melhorar, compro o material em metal e vou trocando... As peças em fibra servirão, então, pra um objetivo secundário e extremamente maluco: meu projeto de replicar um Opala inteiro em vidro, carbono e (se financeiramente possível) kevlar. Este última devido a possibilidades e necessidades vislumbradas no curso.

Tá, tá, tá: é muita areia pro meu caminhãozinho. Mas, quem sabe... vai ser o projeto de uma vida inteira mesmo...

Mais uma coisa: pra poder melhorar o conteúdo do blog, devo começar a postar uns materiais um pouco mais variados, como umas reportagens de revistas antigas que tenho lá em casa. O blog vai ficar mais rico e interessante, sem fugir da minha paixão:autos antigos.

Bem, ver-nos-emos mais vezes. Ou melhor, quem ler isso aqui vai ter mais trabalho daqui por diante.

Até mais...

domingo, 6 de junho de 2010

A questão principal: por que ESSE carro?

Continuemos. Mais de uma vez, durante esses últimos tempos, fui confrontado com o fato de que, se eu fizer todo o necessário para deixar o Ogro realmente impecável, vou gastar tanta grana que poderia comprar vários Opalas de mesmo ano, em muito melhor estado, e fazer uma restauração menos problemática e desesperada. Até mesmo comprar um carro realmente muito bom, no mesmo modelo do meu, e não gastar grana quase nenhuma pra chegar ao ponto de novo. "Picota esse carro, vende tudo e compra outro melhor com a grana", dizem eles. Não posso negar, isso tudo é realmente verdade. Mas existem alguns pontos que não são levados em consideração pelas pessoas que me enchem a cabeça com essas idéias:

1) Sim, essa tem que vir primeiro: grana. Se eu tivesse uns R$15.000,00 não mão pra comprar um carro, é simplesmente óbvio que eu teria comprado um carro muito melhor. Mas eu não tinha. Na verdade, não tinha nem grana pra comprar esse, e até hoje ainda estou pagando o empréstimo que fiz no Itaú (as parcelas vão até dezembro, se não me engano). Comprei o que pude, e vou fazer do jeito e na velocidade que dá. Não é à-ta que o nome do Blog é "O Opaleiro Louco": só alguém fora de seu juízo normal começaria um projeto imenso e maluco como esse, nas condições financeiras em que eu me encontro. Vou levar boa parte da minha vida fazendo esse carro, tenho certeza, e vou gastar uma grana de respeito. Vou precisar de outro carro pra bater no dia-a-dia, enquanto o Ogro ficar no estaleiro. Mas se é assim que deu pra começar, é assim que vou seguir.

2) Sou teimoso. Verdade mesmo. E isso é facilmente exemplificado pela última frase do item acima. Não sei largar o osso. Não vou desistir do carro porque a coisa tá difícil. Espero, contorno, junto grana e faço. Vai demorar, vai ser difícil. Mas vou fazer.

3) A graça e a aventura do processo. Não é só ter um carro lindo e impecável, tem que ver o bicho voltando à vida, e de preferência participar do processo. Gosto de meter a mão na massa, de ver a coisa acontecer. Comecei muito de baixo? Ótimo, mais coisa pra fazer. Tem gente que gasta grana em cigarro, bebida, droga, bordel. Consequências? O trinômio infarto-derrame-câncer, cirrose, overdose e DST's, respectivamente, além de várias outras que não menciono. Pô, sinceramente eu acho que essa minha maneira de torrar grana é muito mais saudável que qualquer uma das outras...

4) Last but not least: A preservação do carro em si. Não sei que ventos da inevitabilidade cósmica me levaram a encontrar esse carro em particular naquele bendito anúncio do Balcão.com. Mas encontrei, negociei e comprei. E ele não é um caso perdido, não foi dado como sucata, não é irrecuperável. Não vou canibalizar as peças pra outro carro se ele ainda tem salvação. Acho justo, digno e necessário salvar o que se possa em uma sucata para aproveitar na restauração de um carro melhor, mas estou falando de sucatas. Não de um carro andando. Claro, a situação dele é feia, precisa de muita grana e muito trabalho pra fazê-lo voltar aos dias de glória. Mas a missão de um fã não é preservar a memória? Sim, sou babão e acredito nisso. Quanto mais Opalas puderem ser preservados, melhor. De que adianta ter dois carros com valor incalculável trancados num museu automotivo? Carro foi feito pra rua. Tudo bem não rodar com aqueles modelos 1900 e guaraná de rolha, que se passarem de 20km/h desmontam (modelos T e afins): realmente seria um pecado pôr nas ruas do Rio de Janeiro um monumento às rodas de madeira; sejam bem guardados em redoma de vidro. Mas um carro de 40 anos ou menos, que dá couro em muito pseudo-esportivo por aí? Façam-me o favor, né?

Aiai... Momento de auto-avaliação e auto-afirmação extremamente necessário de tempos em tempos. Afinal, se eu não lembrar bem direitinho o quê, como e por que estou fazendo, acabo num hospício. #prontofalei, xingue-me quem quiser.

"As catraca tão cafusa..."

Bem, agora que as coisas voltaram a andar, dá um ânimo de novo, né... Coisas que aconteceram e/ou passaram pela minha cabeça esses últimos tempos:

- No dia em que o arranque pifou, eu ainda fui até o Samuca bater um papo, e fiquei meio desapontado com o que ouvi: dada a fila de carros em que ele tem que mexer antes do meu, com muito otimismo e ele trabalhando incansavelmente, vai demorar pelo menos um ano pra ele conseguir encostar no Ogro. E, uma vez o processo iniciado, pode colocar aí mais um ano/ano e meio até ficar pronto, isso contando com grana em movimento constante e nenhuma surpresa escabrosa debaixo daquela pintura verde.

- Fiquei sabendo de dois outros profissionais que trabalham muito bem: um no Cordovil (perto da atual residência do meu pai, portanto), que foi o responsável pela restauração da Caravan do presidente do Opala Clube-RJ (Caravan essa que é referência de carro aqui no Rio, simplesmente impecável); e outro em Higienópolis, que também faz um ótimo trabalho e poderia pelo menos resolver o caso da longarina - talvez, ver o caso da dianteira "casca de ovo". Sem endereços, sem contatos, sem preços... portanto, ainda sem esperanças ;)

- Realmente, encostar o carro no estaleiro de vez pra fazer tudo vai ser quase impossível. O jogo vai ser: pagar os IPVA's, fechar o documento, passar pro meu nome, fazer motor, elétrica, câmbio, freios... o necessário pra botar ele andando, enfim. Aos poucos e com muita perseverança, ir apagando os incêndios e, a cada vez, fazer um pouco mais que o necessário pra resolver uma área maior da lataria. Sei lá, mas acho que esse é não o melhor caminho, mas o mais factível.

- Sim, é claro, existe aquela possibilidade maravilhosa e suprema que eu nem quero passar muito tempo aventando, de tão altamente improvável. A cada dia acho mais longe e difícil de acontecer. Basta dizer que, se os céus sorrirem pra mim e derramarem essa benesse, terei meu Ogro todo prontinho e estalando de novo muito mais rápido do que eu poderia pagar, e por um preço quase simbólico. Oremos, irmãos, oremos... :P

- O próximo item é tão significativo que vou abrir um post só pra ele...

Até.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

RESSUSCITOU!!!

ALELUIA!! OREMOS, IRMÃOS!!!

Puutz, cês nem acreditam: finalmente, de ontem pra hoje consegui fazer o Ogro pegar. A um custo relativamente alto, obviamente, mas a coisa valeu a pena.

Já há algumas semanas o Eduardo (meu mecânico-xará-amigão-que-dá-altos-conselhos) tinha me indicado um eletricista pra ver o arranque do bicho. Mas faltava grana e tempo, então foi ficando, ficando... até que, de folga dos dois empregos principais ontem e hoje, bati lá no bendito Amarelinho pra ver o que ele podia fazer por mim.

Resultado: o arranque tinha mesmo ido pro espaço. Bobina de campo, automático y otras cositas más. A única coisa que restou foi a carcaça. Imperativo: trocar tudo.

Papos com ele, com o Eduardo, acabou que o xará tinha um arranque pequeno de motor 4 cilindros lá dando bobeira, que me foi vendido por módicos 170 reaizinhos. Revisado, escovado, limpinho, ele foi hoje pra debaixo do carro por mais 80 de mão-de-obra. Ficou mesmo jeitoso, o bicho. Bem, gasolina no carburador, algumas tentativas sabotadas pelo motor fraco, e... tcharammm!!! O bicho fez barulho, engasgou, estourou (conjunto de velas e tal têm que ser trocados), mas pegou. Até andou! Ô, alegria... Mexi ele do lugar, coloquei alguns metros mais perto de casa (sabe como é, se não se mexe daqui a pouco começa a "perder" peças).

Resumo da história: Ele pega, mas o "toc-toc" que ele fazia antes ainda não sumiu - segundo o Amarelinho, é a ignição que está com problema, mais um pra resolver. O carburador continua o mesmo lixo, o motor está perdendo água pela pastilha do bloco (aquela que, pra trocar, tem que arrancar o câmbio) e a falta de força vai ser analisada em breve, pelo Eduardo. Ele está com um alegre medidor de compressão lá na oficina e vai ver o que pode estar dando errado nesse sentido. Estou com a lista de compras pra resolver os estouros e resgatar a suspensão (Rua Escobar, me aguarde). Mas uma coisa preocupa um pouco mais: segundo o Amarelinho, se eu não mexer meus pauzinhos pra consertar a estrutura da dianteira (corta-fogo e colunas incluídos, não apenas a longarina), ela pode simplesmente rachar e o carro vai abrir no chão que nem um ovo...

Não percam as cenas dos próximos capítulos!