Segunda passada, dia 15, Dona Neia (minha sogra) passou mal feio em casa, em Caxias. Eu em Nova Iguaçu, na fábrica com meu pai, não podia fazer quase nada. O carro do meu pai ia sair dali pra ir direto pro conserto, não podia ajudar. Não tinha por perto uma alma caridosa em Caxias que se dispusesse a levá-la ao Hospital de Laranjeiras, onde ela se trata. Táxi nem pensar, ia sair uma fortuna. Aluguel também não dava, estava em cima da hora demais. Única solução: ir até em casa, botar gasolina no Ogro e seguir até Caxias, rezando pro bicho não me deixar na mão e pra não encontrar nenhuma blitz no caminho - depósito na certa, e de lá ele com certeza não ia sair mais.
Pois é. Tudo o que eu rezei pra não acontecer, aconteceu. Abasteci e arranquei do posto na Lino Teixeira pra pegar a Olímpio de Melo e depois a Brasil. E bem ali na Olímpio (pros que conhecem), antes da esquina que vira pra CADEG, o carro começa a estourar feito um busca-pé de festa junina, sobe um fumaceiro cinza e engasopa, engasopa, engasopa... a menos de 20 metros de uma blitz!! Assim que vi, encostei o carro na esquerda (burrice minha) logo antes do sinal e esperei.
Burrice? Sim, porque se tivesse ficado do lado direito eu teria conseguido me arrastar pela curva pra CADEG e escapar dos policiais, que estavam arrochando todo mundo. Mas ali estava eu, imóvel, de cara pros guardas, sem poder fazer a imensa bandalha que seria cruzar a pista por cima da faixa de pedestres e fazer uma saída estratégica pela direita (não somente pelos guardas, mas porque o Ogro poderia parar de vez no meio do trânsito, já intenso àquela hora, e causar um rebuliço dos diabos).
Liguei pro Eduardo, que estava longe e não podia vir. Deixar o carro ali, nem pensar - ele não ficaria ali por muito tempo, ou então seria sistematicamente depenado. E a noite começava a cair, com os policiais de olho comprido pra cima do Ogro.
Olhei pra trás e vi um posto de gasolina, minha esperança. Fui até lá pedindo uma vaga de pernoite, pra no dia seguinte conseguir um reboque e levá-lo pra casa:
- Olha, vaga não tem não, mas se você quiser um reboque tem um bem ali, ó...
No Céu, os anjos cantam glórias ao Inefável. Vou até lá, combino o preço com o cara (como estava perto de casa, ele não me cobrou a taxa padrão de saída de R$ 80 e ficamos em um galo) e toca pra casa.
Resultado do dia? Uma tarde de muito nervosismo e stress, minha sogra sem conseguir chegar ao hospital (fiquei sabendo no dia seguinte) e, no campo financeiro, menos R$ 100 que eu não podia mesmo gastar (cinquentão pra gasosa e outro tanto pro reboque). Um táxi talvez até saísse mais caro, mas me poupava os neurônios queimados e teria resolvido o problema principal. Dona Neia, hoje, está internada, em observação. Frustrante, frustrante, frustrante.
Eis algumas fotos que tirei do infeliz evento:
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Mesmo já encostado no batente...
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... ainda sobrava carro pra fora da plataforma
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É pena, mas não dá pra ver os tiras acompanhando com os olhos o bicho em cima do reboque (é sério, eu estava antes do sinal e eles logo depois, parando todo mundo e me fuzilando com os olhos)
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Seria uma boa foto, com a paisagem voando pra trás do carro... pena que ele está parado, em cima do reboque
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Desembarcando na porta de casa, a noite já fechando
Por isso, crianças, aprendam: antes da revisão completa pelo mecânico, voltinhas só em volta do quarteirão!!
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