Era uma vez um moleque gordo que cresceu dentro de um Opala e ficou marcado por isso pelo resto da vida...

domingo, 21 de março de 2010

Negando fogo

Este post vem relatar uma broxada legal que o Ogro deu outro dia. Tudo bem, mesmo no estado em que se encontrava até alguns dias atrás, meu bicho verde é o carro mais forte que já dirigi, mas ele começou a piorar em desenvoltura a olhos vistos (síndrome do castelo de cartas, talvez). E eu, que vivia dizendo que ele era fortão et al, paguei a língua. Pior, num momento bem complicado.

Segunda passada, dia 15, Dona Neia (minha sogra) passou mal feio em casa, em Caxias. Eu em Nova Iguaçu, na fábrica com meu pai, não podia fazer quase nada. O carro do meu pai ia sair dali pra ir direto pro conserto, não podia ajudar. Não tinha por perto uma alma caridosa em Caxias que se dispusesse a levá-la ao Hospital de Laranjeiras, onde ela se trata. Táxi nem pensar, ia sair uma fortuna. Aluguel também não dava, estava em cima da hora demais. Única solução: ir até em casa, botar gasolina no Ogro e seguir até Caxias, rezando pro bicho não me deixar na mão e pra não encontrar nenhuma blitz no caminho - depósito na certa, e de lá ele com certeza não ia sair mais.

Pois é. Tudo o que eu rezei pra não acontecer, aconteceu. Abasteci e arranquei do posto na Lino Teixeira pra pegar a Olímpio de Melo e depois a Brasil. E bem ali na Olímpio (pros que conhecem), antes da esquina que vira pra CADEG, o carro começa a estourar feito um busca-pé de festa junina, sobe um fumaceiro cinza e engasopa, engasopa, engasopa... a menos de 20 metros de uma blitz!! Assim que vi, encostei o carro na esquerda (burrice minha) logo antes do sinal e esperei.

Burrice? Sim, porque se tivesse ficado do lado direito eu teria conseguido me arrastar pela curva pra CADEG e escapar dos policiais, que estavam arrochando todo mundo. Mas ali estava eu, imóvel, de cara pros guardas, sem poder fazer a imensa bandalha que seria cruzar a pista por cima da faixa de pedestres e fazer uma saída estratégica pela direita (não somente pelos guardas, mas porque o Ogro poderia parar de vez no meio do trânsito, já intenso àquela hora, e causar um rebuliço dos diabos).

Liguei pro Eduardo, que estava longe e não podia vir. Deixar o carro ali, nem pensar - ele não ficaria ali por muito tempo, ou então seria sistematicamente depenado. E a noite começava a cair, com os policiais de olho comprido pra cima do Ogro.

Olhei pra trás e vi um posto de gasolina, minha esperança. Fui até lá pedindo uma vaga de pernoite, pra no dia seguinte conseguir um reboque e levá-lo pra casa:

- Olha, vaga não tem não, mas se você quiser um reboque tem um bem ali, ó...

No Céu, os anjos cantam glórias ao Inefável. Vou até lá, combino o preço com o cara (como estava perto de casa, ele não me cobrou a taxa padrão de saída de R$ 80 e ficamos em um galo) e toca pra casa.

Resultado do dia? Uma tarde de muito nervosismo e stress, minha sogra sem conseguir chegar ao hospital (fiquei sabendo no dia seguinte) e, no campo financeiro, menos R$ 100 que eu não podia mesmo gastar (cinquentão pra gasosa e outro tanto pro reboque). Um táxi talvez até saísse mais caro, mas me poupava os neurônios queimados e teria resolvido o problema principal. Dona Neia, hoje, está internada, em observação. Frustrante, frustrante, frustrante.

Eis algumas fotos que tirei do infeliz evento:






Mesmo já encostado no batente...


... ainda sobrava carro pra fora da plataforma


É pena, mas não dá pra ver os tiras acompanhando com os olhos o bicho em cima do reboque (é sério, eu estava antes do sinal e eles logo depois, parando todo mundo e me fuzilando com os olhos)


Seria uma boa foto, com a paisagem voando pra trás do carro... pena que ele está parado, em cima do reboque



Desembarcando na porta de casa, a noite já fechando

Por isso, crianças, aprendam: antes da revisão completa pelo mecânico, voltinhas só em volta do quarteirão!!

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