Era uma vez um moleque gordo que cresceu dentro de um Opala e ficou marcado por isso pelo resto da vida...

domingo, 28 de março de 2010

Vendendo os bancos

É, o sonho acabou. Como o câmbio do Ogro é originalmente no chão (e sendo também o banco inadequado para um carro de duas portas, como já mencionado), foram-se minhas esperanças de levantar a alavanca de marchas pra coluna, e por isso estou anunciando o jogo de bancos do carro. O site escolhido (por enquanto, o único) é o Balcão.com, e o link segue aqui, com várias fotos para os interessados.

Vale ressaltar que toda a renda obtida com a venda dos bancos será revertida para a campanha "Faça um Cupê 1973 Feliz", que só não tem conta no Bradesco porque sou cliente do Itaú há vários anos... (Toda campanha beneficente tem conta no Bradesco, já se deram conta??)

E, pra completar: após outra tarde de baba-baba-raspa-raspa, o pára-choque traseiro já tá quase!

Operação tartaruga...

É, meus caros, enquanto eu me debato com as questões fundamentais da Vida, o Universo e Tudo o Mais (inclusive a mais crítica no momento, Como Arranjar Grana pra levantar o Ogro), sigo meus pequenos esforços pra pelo menos não deixar o carro com cara de "Alguém me Esqueceu Aqui". Sábado de poucos progressos, mas pelo menos pude progredir um pouquinho no pára-choque traseiro, esquecido há tanto tempo naquele estado de meia-tinta pra lá, quase raspado pra cá. Junto com a peça raspada, limpo também a consciência: não deixei meu filhote largado a semana toda. Ainda não vale a pena tirar fotos, mas a coisa tá andando, quando a traseira ficar toda sem tinta eu posto.

Nota mental: comprar outra lata de Baba do Diabo (nome comercial: removedor pastoso), a minha tá acabando...

E de resto, vale o conselho escrito em garrafais e amigáveis letras na capa do nosso famossíssimo Guia do Mochileiro das Galáxias, o grande repositório de todo o conhecimento universal: NÃO ENTRE EM PÂNICO!!!

terça-feira, 23 de março de 2010

Contra a parede

É, meus caros, como eu imaginava a coisa ficou feia. Não só por causa da longarina em si, mas pelo monte de coisa que tem que mexer pra chegar a ela. Fui ao Samuca ontem, estimar o estrago, e a conversa foi a seguinte:

- Se quiser fazer serviço lambão, eu não faço.

- Queisso, Samuca, quero fazer a coisa direito.

- Então tem que arrancar motor, caixa e suspensão pra fazer. Traz o carro pra cá já sem o motor e a caixa, aqui eu tiro a suspensão e mexo no que precisar. Mas agora não tenho vaga na oficina, tem que sair algum carro primeiro.

Ou seja, isso tudo pra poder mexer na estrutura do carro, que (não precisa muito esforço pra perceber, apesar de minhas recentes tentativas de me convencer do contrário) tem que ser feita antes de todo o resto. MASSSS...

O motor tem que ser feito, a caixa vai ser trocada e também tem que fazer a suspensão. Sem contar a restauração de toda a parte dianteira.

Aí vem a pergunta cruel: vale a pena tirar isso tudo, mexer apenas na longarina e colocar tudo de novo, só pra daqui a mais um tempo tirar tudo outra vez??? Ou será que é melhor afundar até o pescoço nessa história logo e arrancar essa gangrena toda, restaurar a dianteira - inclusive as longarinas e assoalho, por aí vai - e só colocar a mecânica no lugar quando já estiver feita?

Claro, isso vai demandar muito mais grana inicialmente (muito mais do que eu podeira arranjar num primeiro pensamento), e, portanto, vai manter o Ogro no estaleiro por um tempo imenso, mas pelo menos a coisa vai ser feita toda de uma vez, e do jeito certo.

Lá mesmo no Samuca, tem vaga pra abrir na garagem. Talvez seja uma boa instalar ele lá por um tempo, protegido de sol e chuva, enquanto junto a grana pras peças a comprar e a mão-de-obra, e então fazer tudo num pau só. No meio tempo, vou desencavando os problemas das peças atuais pra ver o que está bom (será que existe??), o que ainda tem conserto e o que efetivamente está além da salvação. Menos coisa pro Samuca fazer, menos grana pra gastar.

Divagações, divagações... Tudo ainda na cabeça, sem concretização prevista.

Frase do dia: "Se pudesse fazer um único pedido a Deus, pediria para ser pobre por um dia. Porque ser pobre o tempo todo é uma desgraça!!!"

domingo, 21 de março de 2010

Problemas, sustos, uma oferta e uma alma lavada

Sábado de sol, céu de brigadeiro sorrindo em meio a vários dias nublados e chuvosos. Pergunta: qual o programa do dia? O de vocês eu não sei, o meu foi ir pro mecânico.

Finalmente, consegui que o Eduardo levantasse o carro pra orçar a bendita suspensão, além de ver o que causou a festa de São João fora de hora, segunda passada. O cara é ocupado, tão pensando o quê?

Colocando as coisas em ordem inversa, vou falar do mais fácil (ou sei lá, menos ruim, mas talvez não) primeiro: o carro estava horrendamente fora do ponto. Mas o Eduardo não tinha regulado o ponto dele da outra vez, quando trocou as pastilhas d'água? Sim, tinha, e isso me faz lembrar da síndrome do castelo de cartas - mexe-se em uma, caem todas. Acho que aquele orçamento de velas, cabos, rotor e tampa do distribuidor vai ter que se concretizar logo, logo... e isso só pra ver o que vai pifar logo depois, vocês vão ver.

O que deu pra entender é o seguinte (na minha pobre percepção): não adianta regular, assim que se começa a forçar o motor a coisa toda degringola de novo. E isso, de um jeito bem tosco, me causou certo alívio... já-já eu conto por quê.

Agora, o troço cabeludo. O Rogério levantou o carro pra olhar a suspensão. Maaaaaaaano... Phwd3w, de vez. A coisa tá feia, mas feia mesmo. E não só na suspensão. Eu quero imagens, eu quero imagens!!


Buchas? Que buchas? (1) - Detalhe: olha só o xará lá atrás...



Buchas? Que buchas (2) Sente só a situação da balança direita, completamente fora do lugar e prestes a pular fora




O câmbio? Bem, digamos que, na falta do original, um outro foi... hã... adaptado. A sustentação original do câmbio varetado foi literalmente serrada...




... e o suporte de um outro mais novo foi soldado no lugar



Tá amarrado, irmão!! Será que o cara que fez isso confiava no suporte do novo câmbio?


Bem, uma coisa ficou definida: esse carro nunca teve a caixa de mudanças na direção, era câmbio no assoalho de fábrica - as evidências abundam, inclusive o suporte velho cortado mostra o lugar inicial da caixa de mudanças. Mas, não contente com o varetado original, algum antigo dono muito lambão simplesmente arrancou fora e enxertou outro no lugar...

OBS.: Adeus, sonho de banco sofá... vão ficar os separados mesmo, mas vou conseguir os originais (o jogo que eu tenho é do '75 pra frente).

Agora, duas coisas que meteram medo de verdade:


Na roda dianteira esquerda, dois parafusos da suspensão estão tão frouxos que a coisa toda estava quase caindo - mesmo. Não sei quantas voltas foram dadas nesses benditos parafusos pra fixá-los de maneira minimamente decente. Era pra eu ter ficado sem roda no meio da rua.



Agora, (o que era pra ser, ou um dia foi) a longarina do lado esquerdo. A coisa tá muito, mas muito pior do que eu poderia imaginar nos meus piores pesadelos.



Amassada, torta, remendada



Mais de perto, a coisa piora



E piora mais ainda, quanto mais perto se chega da fixação da suspensão. Completamente podre



Sério, não dá pra imaginar quantas vezes essa longarina quebrou ou apodreceu e foi (muitíssimo mal) remendada. A coisa tá tão feia que o próprio Eduardo não opinou na hora de decidir o que fazer primeiro, a suspensão ou a reconstrução completa da longarina. Acho que vou ter que fazer essa primeiro, porque não vai adiantar trocar a suspensão pra fixar numa estrutura dessa. A saída é uma longarina toda nova, construída do zero. Vamos lá no Samuca, pra ver se ele topa um troço suicida desse (e quanto ele vai me cobrar...)

Moral da história? Crianças, quando forem comprar um carro com 37 anos de idade, OLHEM EMBAIXO DELE ANTES DE FECHAR NEGÓCIO!!!


Tava achando que acabou? Nananina... Outros pobreminhas:


Olha a obra de arte no cárter, todo amassado



Tá vendo a gotinha translúcida? É água, ainda vazando (a tão temida pstilha d'água da parte de trás do bloco também está mal das pernas, e pra trocar tem que tirar fora a caixa. Detalhe que também tá caindo óleo da própria caixa de marcha



Sente o drama: tudo borrado. Pra se ter uma idéia real do estado do motor, isso tudo vai ter que ser lavado. A longarina direita está bem melhor que a outra, embora também um pouco bombardeada


Bem, alguma coisa tinha que criar uma esperança nessa história toda, né? Pois bem: quando viu o estado do câmbio e o vazamento da pastilha d'água posterior (vai ter que desmontar tudo aquilo mesmo), o Eduardo me fez uma proposta indecente: ele tem uma caixa 4 marchas do ano do Ogro, toda certinha, e me ofereceu instalada, com a pastilha trocada e o mais, além do conjunto de embreagem, por um preço impublicável de bom. Resta saber se eu vou conseguir me virar na grana...

E pra fechar o dia, a lavagem da alma: depois de tanto tosse-tosse, ponto pulado e mortes súbitas no meio da rua, eu já estava me achando um inepto por não conseguir do Ogro um rendimento mínimo. Será que eu estou tão acostumado com golzinhos e outros 1.0 que não consigo encher a capacidade de um Opala? Mas não. Ao ver meus insucessos em tirar o carro de ré da rampa que é o acesso à oficina (o carro morria direto ao tentar subir), o Eduardo, indignado:

- Ah, peraí que eu vou dar uma volta nesse carro. Quer com emoção ou sem emoção?

Pulo pro carona e ele sua feio pra tirar o carro do lugar. O bicho cuspia, tossia, estourava, morria e não saía. Até que o Rogério deu uma mão empurrando e saímos.

Na mão dele, os mesmos problemas que eu enfrento. O Ogro não responde, antes de sair da inércia resmunga feio, quase morre. O rendimento na reta, já em movimento, também está sofrível. E, depois de penar pra colocar o carro numa vaga complicada perto da minha casa (ele nem quis voltar pra oficina dirigindo), diz:

- Cara, esse carro não pode andar, não.

Pode parecer cruel, mas senti um alívio tão grande... Pelo menos a incapacidade não é minha, e sim do carro - mais fácil de resolver, portanto.

O que fica agora é uma única dúvida. Qual problema mais que urgente eu resolvo primeiro: o risco de o carro não andar, arriar no chão ou quebrar no meio? BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ...

Pós-broxa

Bem, depois da vergonha de segunda-feira, eu precisava de um pouquinho da ânimo, né? Algumas visitas à oficina do Eduardo durante a semana foram ajudando (fui lá logo depois de ter o carro rebocado, pra conversar sobre o assunto e receber uma esfrega federal pela imprudência) e, na quinta, fui ao encontro do Opala Clube (semana passada eu não fui, estava arriado demais depois do dia de trabalho). Fui de carona com o próprio Eduardo, batendo papo. Chegando lá, a festa habitual, o ronco opaloterapêutico... mas, não mais que de repente, um (muito bem-vindo) estranho no ninho. Olha só o que parou do meu lado:


Sente o drama...




Pena que está com os enfeites alla USA...


Linda. E ponto.


Interior impecável

E aqui, algumas figuras carimbadas do Clube (desculpem pelas fotos horrorosas, a câmera do celular é uma droga)


Dava gosto de ver esse 4 portas


Trabalho primoroso: um membro do clube faz miniaturas em papel de vários carros. Essa Caravan, em homenagem ao um dos carros do presidente do clube, está toda proporcional, tem até interior e vem inclusive com o adesivo do condomínio dele no vidro!


O cupê Especial '72 do Welco, o presidente do clube


De novo o carro do presidente, agora visto de traseira. A cor? Marrom tropical (pena que a foto não faz jus, o carro é um ES-PE-TÁ-CU-LO, não canso de olhar pra ele)


Eu não tinha visto ainda, mas esse é o sedã '70 do Rogério, que trabalha com o Eduardo na oficina.

Pra melhorar o dia, foi o aniversário do Seu Rodolfo; teve bolo, parabéns e um bocado de alegria.

Momento desespero: e o meu Ogro lá em casa, apodrecendo no tempo... quanto tempo mais até ele apresentar a dignidade necessária para dar o ar da graça aqui no clube??

Negando fogo

Este post vem relatar uma broxada legal que o Ogro deu outro dia. Tudo bem, mesmo no estado em que se encontrava até alguns dias atrás, meu bicho verde é o carro mais forte que já dirigi, mas ele começou a piorar em desenvoltura a olhos vistos (síndrome do castelo de cartas, talvez). E eu, que vivia dizendo que ele era fortão et al, paguei a língua. Pior, num momento bem complicado.

Segunda passada, dia 15, Dona Neia (minha sogra) passou mal feio em casa, em Caxias. Eu em Nova Iguaçu, na fábrica com meu pai, não podia fazer quase nada. O carro do meu pai ia sair dali pra ir direto pro conserto, não podia ajudar. Não tinha por perto uma alma caridosa em Caxias que se dispusesse a levá-la ao Hospital de Laranjeiras, onde ela se trata. Táxi nem pensar, ia sair uma fortuna. Aluguel também não dava, estava em cima da hora demais. Única solução: ir até em casa, botar gasolina no Ogro e seguir até Caxias, rezando pro bicho não me deixar na mão e pra não encontrar nenhuma blitz no caminho - depósito na certa, e de lá ele com certeza não ia sair mais.

Pois é. Tudo o que eu rezei pra não acontecer, aconteceu. Abasteci e arranquei do posto na Lino Teixeira pra pegar a Olímpio de Melo e depois a Brasil. E bem ali na Olímpio (pros que conhecem), antes da esquina que vira pra CADEG, o carro começa a estourar feito um busca-pé de festa junina, sobe um fumaceiro cinza e engasopa, engasopa, engasopa... a menos de 20 metros de uma blitz!! Assim que vi, encostei o carro na esquerda (burrice minha) logo antes do sinal e esperei.

Burrice? Sim, porque se tivesse ficado do lado direito eu teria conseguido me arrastar pela curva pra CADEG e escapar dos policiais, que estavam arrochando todo mundo. Mas ali estava eu, imóvel, de cara pros guardas, sem poder fazer a imensa bandalha que seria cruzar a pista por cima da faixa de pedestres e fazer uma saída estratégica pela direita (não somente pelos guardas, mas porque o Ogro poderia parar de vez no meio do trânsito, já intenso àquela hora, e causar um rebuliço dos diabos).

Liguei pro Eduardo, que estava longe e não podia vir. Deixar o carro ali, nem pensar - ele não ficaria ali por muito tempo, ou então seria sistematicamente depenado. E a noite começava a cair, com os policiais de olho comprido pra cima do Ogro.

Olhei pra trás e vi um posto de gasolina, minha esperança. Fui até lá pedindo uma vaga de pernoite, pra no dia seguinte conseguir um reboque e levá-lo pra casa:

- Olha, vaga não tem não, mas se você quiser um reboque tem um bem ali, ó...

No Céu, os anjos cantam glórias ao Inefável. Vou até lá, combino o preço com o cara (como estava perto de casa, ele não me cobrou a taxa padrão de saída de R$ 80 e ficamos em um galo) e toca pra casa.

Resultado do dia? Uma tarde de muito nervosismo e stress, minha sogra sem conseguir chegar ao hospital (fiquei sabendo no dia seguinte) e, no campo financeiro, menos R$ 100 que eu não podia mesmo gastar (cinquentão pra gasosa e outro tanto pro reboque). Um táxi talvez até saísse mais caro, mas me poupava os neurônios queimados e teria resolvido o problema principal. Dona Neia, hoje, está internada, em observação. Frustrante, frustrante, frustrante.

Eis algumas fotos que tirei do infeliz evento:






Mesmo já encostado no batente...


... ainda sobrava carro pra fora da plataforma


É pena, mas não dá pra ver os tiras acompanhando com os olhos o bicho em cima do reboque (é sério, eu estava antes do sinal e eles logo depois, parando todo mundo e me fuzilando com os olhos)


Seria uma boa foto, com a paisagem voando pra trás do carro... pena que ele está parado, em cima do reboque



Desembarcando na porta de casa, a noite já fechando

Por isso, crianças, aprendam: antes da revisão completa pelo mecânico, voltinhas só em volta do quarteirão!!

terça-feira, 9 de março de 2010

Preocupaçõezes...

Coisa que ficou faltando contar: outro dia, estava eu estacionando o Ogro de um curto passeio pelo quarteirão, quando um senhor pára uma Ipanema ao meu lado e pergunta:

- Ô amigo, esse aí é um '72?

- Não, só a grade dele é que é, o ano dele é '73.

- Pô, mas ele tá beeeem amarrotado, hein?

- Sim, eu sei, comprei ele pra fazer tudo, é pela paixão mesmo...

Blábláblá vai, blábláblá vem... Diz ele:

- Ah, porque eu gosto muito desse carro, trabalho muito com ele.

[Ding!]

- Epa! Trabalha? Faz o quê?

- Restauro, tenho uma oficina aqui na outra rua...

[DingDingDingDingDingDingDingDingDingDingDingDingDingDingDing!!!!]

Pois é, vai dar sorte assim lá na casa do cacilda. O mecânico de um lado, o restaurador do outro. Pra melhorar, os dois se conhecem, já trabalharam juntos e admiram o trabalho um do outro, pelo que eu já fiquei sabendo. Assim, hoje eu fui lá bater um papo com o Samuca e ver qual é. Acabei vendo carros lindos, nos mais variados estágios de restauro (inclusive uns três ou quatro Opalas) e tendo uma primeira aula de funilaria básica, bem como uma ligeira amostra dos milagres operados por uma roda inglesa (acho que é esse o nome). Creio que posso dizer que ficamos amigos, o que é muuuuuuito bom.

Mas então porque o nome do post? Vamos lá:

1) A restauração desse carro vai ser beeem mais complicada do que eu estava disposto a admitir;

2) Vai ser bem mais cara, também. Ele faz um trabalho de primeira, e tem uma noção perfeita de quanto vale esse trabalho... O que eu puder fazer na mão pra reduzir esse custo eu vou ter que fazer, e agora não só por gosto pela tarefa!

3) Lembram da tampa do motor?


Pois é, dependendo do tamanho do estrago desse backfire, a tampa pode ter sido inutilizada. Pra piorar, como o Ogro está no tempo, preciso tomar uma providência urgente sobre ela (e o teto), pra não perder os dois antes da hora. A tampa até não me mata de preocupação, os planos são de substituir mesmo, mas o teto...

Não mexi mais no removedor, o tempo está muito curto. Mas ando devorando material sobre fibra de vidro, já que a próxima data do curso não casou com o (pouquíssimo) tempo que tenho disponível.

Pra terminar, a dúvida: pago uma garagem por ali, onde não posso fazer nada com o carro mas deixando-o perto do mecânico, ou levo ele pro galpão do meu pai em Nova Iguaçu - que é longe de tudo mas tem expaço suficiente pra eu começar a devastar os podres do bicho? SOCORRO!!!!!!!

quarta-feira, 3 de março de 2010

O Palio

Segundo post do dia, pra agradecer ao Adauto, do Opala Adventure, pelo prestígio de acompanhar essas mal digitadas linhas e mais, me mencionar no blog dele. E, claro, pra contar a bendita história do Palio que ficou comigo por exatamente 20 dias.

Já vinha de um bom tempo a minha necessidade de ter um carro. A patroa trabalha até tarde, as mães dos dois estão mal de saúde, eu corro pra cima e pra baixo o dia todo; e, claro, a gente tem direito a um passeiozinho de vez em quando, né... Além do mais, desde moleque eu sou louco por coisas com motor e quatro rodas.

Já tive um Fiat Tipo, tentativa mal-sucedida que me rendeu problema do início ao fim e ainda me deixa preocupado - o carro tá financiado, na mão de terceiro mas no meu nome, e eu tenho que ficar acompanhando semanalmente se não pinta uma multa nova no meu prontuário até o novo dono terminar de pagar e passar pro nome dele, faltam uns 4 meses.

Final do ano passado, a gente queria porque queria passar o Natal em Araruama, levando a minha sogra e dois cunhados. Solução? Carro. Vai pra lá, vem pra cá, uma tia minha ajudou a financiar um Paliozinho EX 1.0 4 portas, com GNV, ar condicionado, e vidros e travas elétricas. Saí da loja com o carro no dia 11 de dezembro. Foi o encanto da patroa, paixão à primeira vista. Saiu caro, mas parecia atender ao que a gente precisava.

Só parecia. Já nos primeiros dias eu comecei a perceber uma tonelada de maquiagem no carro: falhas no motor, GNV desregulado, vários problemas elétricos e de acabamento etc. No segundo dia ele já me larga a pé em plena Lagoa Rodrigo de Freitas. Com exatamente uma semana, voltei à agência pedindo os reparos necessários, e depois de 5 dias vieram em três versões: ou simplesmente não foram feitos, ou foram mal-feitos, ou chegaram mesmo a piorar o estado do carro. Pra exemplificar, o vidro do carona subia mal, agora parou de vez; o espelho do carona tava emperrado, eles entupiram de WD-40, que escorreu na porta toda - e eles disseram que era procedimento padrão!!

Peguei o carro e, dando uma de joão-sem-braço, levei a uma concessionária da FIAT, com o seguinte caô:

- Vem cá, eu tô querendo comprar esse carro mas tô sentindo umas coisas estranhas nele, será que vocês poderiam levantar o que ele tem de problemas pra mim?

Resultado: o computador da injeção não respondia ao acesso do terminal da FIAT, o motor já tinha sido mexido, os barulhos que eu ouvia eram no cabeçote - provavelmente teria que fazer em pouco tempo. Conselho do pessoal da concessionária: "Ó, não compra esse carro não, porque vai ser só dor de cabeça". Pena que eu já tinha comprado...

Viajamos no Natal. O carro até que não parou na estrada, mas deu uns sustos: o mostrador do combustível morreu, a lateral direita ficou toda borrada de WD-40 (foi quando eu descobri a tramóia) e outras coisinhas assim. Sem contar, óbvio, o sofrimento que foi pegar a estrada de carro 1.0 cheio, rodando com GNV. No fim, aconselhado por uma amiga que conhecia a agência, decidi cancelar tudo.

Aí caiu a última gota: dia 30 de dezembro, eu estava na Linha Vermelha sentido centro, um pouco antes do Fundão - a caminho da agência, na Ilha, indo entregar o carro e cancelar o negócio. 80, 85 por hora, pista moderadamente cheia, pé imóvel no acelerador. De repente, sem explicação, o carro engasopa... E MORRE!!!

Frações de segundo, alerta ligado, desespero total. Um brilho forte no retrovisor me chama a atenção: um ônibus da Evanil piscando atrás de mim e crescendo rápido pra me estampar a traseira. Embreagem, terceira, aproveito o embalo que resta no carro e solto a embreagem pro carro dar um tranco feio e sair do aperto por um triz. Sério, vi o filminho da minha vida passar na minha frente. Se o ônibus me acertasse naquela velocidade, eu no mínimo ia rodar na pista e colher mais uma meia dúzia no caminho.

Já viu o estado de espírito em que eu estava quando cheguei à agência, né? Larguei o carro lá conseguindo não pular no pescoço de ninguém e vim embora, cheio de peso na mão e sem poder tirar da cabeça o que poderia ter acontecido se aquele tranco não vingasse e o Evanil me acertasse por trás.

Hoje, estou acionando a agência na justiça - eles estão tentando descontar os cheques emitidos pra pagar a transferência do carro e, pra piorar, o contrato nunca chegou a ser efetivado com a financeira. Vamos ver no que dá.

E é por isso que, a caminho do hospital no outro dia, Dona Jo me sai com essa: "Pô, Eduardo, o Palio não andava assim, não!!".

Só pra fechar com chave de ouro: lembram que eu falei da paixão da Jo pelo Palio? Pois é. Depois de ver como o Opala anda, ela nunca mais sequer mencionou o pobrezinho do 1.0...

Beijo pra minha Jo, e abraços ao Adauto!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Gambiarras, parafusos espanados, dedos esfolados

Mas não os meus, e sim os do xará.

Semana passada, patroa trabalhando à noite, cheguei cedo (18h). Passemos, pois, no mecânico pra ver quando posso levar o Ogro lá, trocar as peças compradas:

- Pô, quer saber? Traz agora e a gente resolve.

Antes ele não tivesse dito isso... Não contava com as armadilhas escondidas naquele motor verde.

Recapitulando as peças a serem trocadas:

- Tampa do radiador
- Junta do coletor
- Hélice do ventilador
- Junta da tampa do tucho
- Pastilhas d'água

Carro no pátio, luzes acesas, peças à mão e mãos à obra pra desmontar as peças periféricas e chegar às pastilhas - eram o objetivo principal, pra tirar o vazamento de água. Desconectando mangueiras e cabos e... retirando o coletor.

Aí começou a coisa. Os parafusos, em sua maioria, ou estavam terrivelmente emperrados ou espanados, mesmo. Suadouro, mas saíram. E o pior foi quando se foi retirar o cano de escapamento: Deveriam ser duas porcas longas, tamanho 13. Encontramos duas porcas curtas, tamanho 17. A chave 17 não entrava no espaço disponível. No fim, um esforço conjunto: o Rogério alavancava o coletor pra cima, eu o segurava com um pano contra o bloco pra não escapar e o Eduardo desapertava as porcas com o alicate de pressão. Ah, esqueci: tudo isso com o motor MUITO quente (chegou até ali vazando água, e não podíamos esperar esfriar pra mexer).

E, quando a primeira porca saiu, a melhor notícia de todas: tinha mais duas porcas por baixo daquelas!! Haja palavrão pra amaldiçoar as gerações de quem gambiarrou aquilo tão medonhamente...

Finalmente, o coletor saiu. E o escape caiu. De verdade - o único ponto de fixação era no coletor, de resto ele estava balangando legal e ameaçando quebrar lá na frente.

Mais 5 minutos e as pastilhas d'água estavam trocadas. Comentário oportuno do Eduardo sobre o serviço - *%$@#... tanto esforço pra esse coletor não ficar nem 10 minutos fora do lugar!

Ele fez duas porcas novas, conferiu as roscas, colocamos tudo no lugar. No meio tempo, o Rogério trocou a hélice do ventilador (a velha estava realmente um caco). E um bônus: o esticador da correia do alternador estava trocado - na verdade, era um de direção hidráulica, colocado fora do lugar e invadindo um espaço que não lhe pertencia. Já irritado com tanta gambiarra, o Eduardo catou um modelo certo dele e trocou a coisa. Ficou do jeito certo, e, claro, bem mais simpático. Além, é claro, do maravilhoso pedal do acelerador, que veio incluído no pacote (pisar só naquele pininho é um inferno na terra).

No fim das contas, não deu tempo de mexer na tampa do motor, nem de colocar a panela do filtro de ar no lugar (eu já tinha comprado o filtro há tempos, mas deixei em casa). Como dever de casa, tenho que comprar: sensor de temperatura, válvula termostática, correia e mangueira inferior do radiador.

Maaaaaasss...

- Pô, cara, mas se eu fosse você eu fazia primeiro a suspensão. Enquanto você manobrava o carro pra dentro da oficina, eu ouvi uns barulhos muito feios, não sei o que é. Se você bobear o carro vai pro chão. Prepara o bolso.

Medo... Vamos ver quando eu consigo levar ele lá de novo, porque a grana tá curta.