Era uma vez um moleque gordo que cresceu dentro de um Opala e ficou marcado por isso pelo resto da vida...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Nota de luto

Caros,

Após alguns minutos de alegria lendo o comentário do Christian (e respondendo ao mesmo), hora de falar de coisas tristes: acabo de saber da morte de um primo meu lá em Friburgo; após salvar a esposa e o filho, foi ajudar um vizinho e acabou soterrado. A irmã do meu melhor amigo está, neste momento, num CTI aqui no Rio - conseguiu a transferência para cá, já que o Hospital Raul Sertã (de NF) está superlotado e com lama até onde pode. Ainda estamos na expectativa do que vai acontecer com ela. Ainda faltam notícias de familiares meus por lá, com quem não conseguimos nos comunicar.

Estes são só alguns indivíduos na multidão de mortos e feridos de uma cidade que está imersa no caos. Como exemplo, serve o caso de um casal que veio transferido junto com a Mariana para o hospital do Rio: o marido não trocava de roupa há três dias, porque não tinha outra para vestir: perdeu tudo. Mesmo.

As comunicações estão, aos poucos, sendo restabelecidas, mas ainda há bairros inteiros sem acesso - e o bairro em que eu cresci é um deles. Sei que todos já sabem disso pelos noticiários, mas optei por escrever aqui por alguns motivos: desabafo pessoal, relato de alguém que está sentindo bem de perto os efeitos da tragédia, e uma voz a mais pedindo ajuda para os feridos e desabrigados. Por favor, ajudem. Os postos de coleta estão aí. Não adianta se preocupar com Timor, Haiti ou outras tragédias longínquas, quando a menos de 200km de nós tem gente morrendo na maior tragédia da história do país.

Não sei quantos acreditam, mas peço a estes que orem, rezem, entoem mantras ou pensem positivamente. Dizem que o Universo ajuda, e eu acredito.

Over and out.

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